Quem foi Dom Lara?
Dom Lélis Lara é um dos grandes nomes da nossa região e a marcou de forma extremamente positiva, indo muito além da criação desse projeto incrível que é a Funcelfa.
Dom Lélis Lara foi um religioso muito respeitado da congregação do santíssimo redentor e bispo-emérito da diocese de Itabira-Fabriciano.
Nascido em Divinópolis, no dia 19 de dezembro de 1925 e falecido em Coronel Fabriciano no dia 8 de dezembro de 2016, teve uma trajetória inspiradora e que inspirou e ainda inspira pessoas em todo o Brasil.
Conhecido popularmente por Dom Lara, teve a sua ordenação presbiteral em 2 de fevereiro de 1951 e episcopal a 2 de fevereiro de 1977.
Passando sua infância no interior de Minas Gerais, foi o décimo filho dos 13 de Joaquim Martins Lara, maquinista, e Maria José Lara.
Com 12 anos, foi encaminhado ao Seminário Menor da Congregação Redentorista, localizado em Congonhas, já que se declarava decidido para a vocação de padre desde os seus 7 anos de idade. Aos 13 anos, Lélis Lara iniciou sua formação em música, com especialização em piano e harmônio.
Em 1945, com 20 anos, deu início a graduação em filosofia e teologia em Juiz de Fora, sendo ordenado pela Congregação do Santíssimo Redentor em 2 de Fevereiro de 1951. Atuou nos anos seguintes como professor no seminário de Congonhas e desenvolveu doutorado em Direito Canônico, Espiritualidade e Música, complementando-o na Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), em Roma.
Após tomada essa importante bagagem de sua trajetória, retornou ao Brasil, participando de missões e sendo nomeado como reitor e diretor espiritual do Seminário Maior Redentorista de Juiz de Fora entre 1959 e 1970.
Dom Lara e a Diocese de Itabira-Fabriciano
Foi em 14 de Fevereiro de 1971, que Dom Lara assumiu a Paróquia São Sebastião, em Coronel Fabriciano, tomando frente das reformas feitas na Igreja Matriz e da construção do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, santuário diocesano consagrado em 1998.
Entre outras iniciativas importantes com o envolvimento de seu nome, há o Grupo Escoteiro e a Rádio Educadora. Também teve participação em programas da TV Cultura, em Itabira.
Em conjunto com esses grandes feitos na região, também surgiu a Funcelfa – Fundação Comunitária Fabricianense, que é um projeto social que atua oferecendo serviços de assistência social a crianças e cursos profissionalizantes e adolescentes, isso no final da década de 70. Inicialmente, como Cidade dos Meninos, o Cidade do Menor, o projeto atuava majoritariamente como creche e abrigo para crianças e adolescentes.
Em 6 de dezembro de 1976, Lara foi nomeado bispo auxiliar da Diocese de Cellae, na Mauritânia, e da Diocese de Itabira-Fabriciano, que até então era Diocese de Itabira, pelo Papa Paulo VI, e em 2 de fevereiro de 1977, recebeu a consagração episcopal, em cerimônia feita no pátio do Colégio Angélica.
Ao final da década de 80, Dom Lélis Lara, juntamente ao bispo diocesano Dom Mário Teixeira Gurgel, liderou a comissão em favor à manutenção do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), então campus da PUC Minas que estava passando por problemas financeiros.
Fundou o Instituto Católico de Minas Gerais (ICMG), que assumiu a universidade em 1990, que recebeu o nome do instituto e virou o Unileste em 2000. Em 15 de maio de 1996, Lara sucedeu a Dom Mário ao ser nomeado terceiro bispo da Diocese de Itabira-Fabriciano pelo Papa João Paulo II em 6 de dezembro de 1995, a pedido do próprio antecessor. Em 30 de Março de 2003, foi sucedido por Dom Odilon Guimarães Moreira após ter sua renúncia aceita por João Paulo II a 22 de janeiro do mesmo ano.
Em sua condição de bispo-emérito, atuou como assessor jurídico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e vice-presidente da União Brasileira de Educação Católica (UBEC), continuando a se dedicar a atividades pastorais e celebrações na diocese, à manutenção de projetos e à carreira musical.
Em janeiro de 2016, Lara impediu mais uma vez o fechamento de uma instituição de ensino católica, assumindo a manutenção do Colégio Angélica por intermédio do ICMG, considerando que o fechamento da instituição de ensino era tido como concreto por motivos financeiros e à necessidade de reformas do prédio da escola.
Já em 12 de maio de 2016, participou do final do revezamento da tocha dos Jogos Olímpicos de Verão em Coronel Fabriciano, levando-a até a Praça da Estação nas mãos da prefeita Rosângela Mendes.
Falecimento
Em 29 de novembro de 2016, Dom Lélis Lara foi internado no Hospital Metropolitano Unimed Vale do Aço, em Fabriciano, com uma pneumonia. 5 dias mais tarde, seu quadro teve piora e Lara precisou ser sedado, vindo a falecer às 22h30min de 8 de dezembro de 2016, 11 dias antes de completar 91 anos de idade.
Dom Lara faleceu aos 90 anos, na noite de quinta-feira, 8 de dezembro.
O velório se iniciou no dia seguinte na Catedral de São Sebastião, mudando para o Colégio Angélica em 10 de dezembro e retornando para a catedral no mesmo dia. O sepultamento ocorreu em Coronel Fabriciano conforme era o pedido do bispo-emérito, feito no Cemitério Vale da Saudade depois da missa fúnebre de corpo presente na catedral em 11 de dezembro. Cerca de 2 mil pessoas compareceram à missa e as prefeituras de Coronel Fabriciano e Ipatinga decretaram luto oficial de três dias.
Dom Lara marcou e ainda marca várias pessoas como símbolo de bondade e caridade, valores que ainda são conservados por suas criações, como a Funcelfa.